Não sou saudosista, não tenho por hábito olhar para trás, lastimando a minha vida nem a vida dos outros. Contudo, isto não significa que não seja capaz de ver a obra feita, ou por fazer, nem de ver o rumo que algumas coisas tomaram após um passado recente no qual me envolvi.
Hoje, na qualidade de "cliente", tive que me deslocar à sede do Parque Natural do Pico, local onde trabalhei alguns anitos, serviço para o qual contribui, superiormente assessorado por técnicos competentes no exercício das suas funções e de funções que nada tinham a ver com aquilo para que haviam sido contratados. Considero que foram tempos inolvidáveis de grandes lutas internas na afirmação de uma ilha, através das suas mais-valias ambientais e culturais.
Deparei-me, hoje, no Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico com aquilo que considero ser uma regressão em termos do retorno que espaços como aquele devem ter para os locais, ou seja, após a criação de taxas e valores de acesso ao centro, deparei-me com a gratuitidade do acesso ao centro de interpretação.
Nada disto seria estranho, não fossem as elevadas limitações financeiras que atravessamos, não fosse natural que quem quer ver pague, pois é assim que as coisas acontecem em qualquer país do mundo, onde, para vermos as coisas mais simples e sem significado pagamos.
Nada disto seria estranho se não víssemos uma obra recuperada há tão pouco tempo, candidata a prémios, a cair aos bocados, com telhas reviradas, metais a cair de enferrujados.
Mais uma vez, salta à vista a constatação de que a distância não é boa gestora. Mais uma vez volto a afirmar que é um erro grave a manutenção de uma empresa pública para a gestão de todas as estruturas ambientais dos Açores. A criação da AZORINA foi uma espécie de "assassinato" da afirmação do Pico ( e de outras ilhas) no contexto nacional e internacional. Mais uma vez, a ansiedade de centralismo e de protagonismo vem pôr por terra aquilo que é óbvio: que o Pico é uma ilha excecional!
quinta-feira, junho 27, 2013
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