terça-feira, novembro 10, 2009

Aqui, pelo menos, ninguém me silencia! At least here, I'm not silenced

A paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico está de parabéns. O projecto Interreg IV-C, VITOUR foi aprovado pela União Europeia e, juntamente com outras 9 vinhas património mundial da UNESCO, vamos trabalhar em conjunto pela promoção destes bens culturais e pelo seu desenvolvimento sustentável.

The Landscape of the Pico Island Vineyard Culture can be congratulated. The Interreg IV-C VITOUR Project was approved by the EU and together with other 9 World Heritage Vineyard sites we will start working on our promotion as well as towards sustainable development.

quarta-feira, novembro 04, 2009

Reflexões PPCVIP - Conclusão

Como parceiros do poder regional, deverão estar presentes a Direcção Regional do Ambiente, a Direcção Regional da Cultura a Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário e a Direcção Regional do Turismo.
A nível de ilha, e ainda com ligação a estruturas do Governo Regional, não podemos abdicar da presença da Comissão Vitivinícola Regional.
Como parceiros do poder local, deverão estar representadas a Câmara Municipal da Madalena e a Câmara Municipal de São Roque. Eventualmente, pela sua preponderância, deverá estar representada a Junta de Freguesia da Criação Velha, como forma de se evidenciar, merecidamente, o valor imprescindível que as vinhas da Criação Velha têm na classificação internacional do bem.
Não nos ficamos por aqui, em termos de representatividade; temos que chegar às pessoas e aqui deverão sentir-se representados os comerciantes, por intermédio da ACIP, os produtores de vinho quer da Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico, como maior produtor e com cariz associativo, quer todos os outros, pequenos e médios produtores. Deverão ainda sentir-se respeitados e representados, todos os proprietários dos terrenos que não produzem vinhos, mas que têm o mesmo direito de opinar sobre aquilo que é seu, porque é deles e do seu trabalho que se está a falar.
Só assim, com a representação de todos os sectores e interessados, poderemos almejar a deixar de viver e conviver com uma paisagem que tem constantemente a cabeça a prémio, fruto da forma penosa como o território está estruturado.
Mais uma vez, reforçamos a ideia de que não é nossa intenção hostilizar ninguém com esta longa reflexão, mas sim, chamar à razão todos aqueles que têm nas suas mãos a capacidade de inverter um rumo que todos sabermos não ser o correcto. Está na hora de o assumir e encará-lo frontalmente e sem rodeios. A Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico encontra-se numa encruzilhada perigosa e arrisca-se inclusivamente a perder o seu estatuto caso a UNESCO decida vir ao terreno verificar a forma como estamos a tratar o bem. Há mais investimento a ser feito, há património em estado de ruína e outro que, ainda não sendo considerado ruína, para lá caminha a passos largos. E todas as vontades são poucas para inverter este ciclo pernicioso que se está a criar.
Passadas as euforias, exageros e maledicências, infelizmente próprias do período eleitoral, é hora de unirmos esforços em torno daquilo que é nosso, daquilo que pode, de uma forma sustentada, ser o garante de um futuro de qualidade, porque, atrás da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, poderá vir a riqueza da nossa ilha e a sua requalificação.
O segredo de uma Paisagem viva e dinâmica passa pela sua gestão, que não pode ser feita de costas voltadas para as pessoas, mas com as pessoas.
Pretendemos continuar a analisar a Paisagem da Cultura da Vinha, mas sobre outras perspectivas. Neste momento, decidimos fazê-lo apenas sob o ponto de vista da sua gestão. Mas há muitos mais aspectos que devem merecer a nossa atenção.
O desejo é que esta nossa reflexão possa servir de alerta e de ponto de partida para a reflexão mais abrangente que todos precisamos de fazer, face a esta realidade que é a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico.

segunda-feira, novembro 02, 2009

Reflexões PPCVIP - Parte V

Do nosso ponto de vista, o Gabinete Técnico da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico deve, ao mesmo tempo, ser uma estrutura suficientemente comprometida com os diversos níveis e estruturas de poder público e, embora pareça contraditório, também autónoma em relação a esses mesmos poderes.
Com isto, pretendemos dizer que, em nenhuma circunstância se pretende estabelecer um corte com aqueles poderes, mas que há necessidade de ser estabelecido algum distanciamento, propício à aproximação estratégica com a população e com a ilha. Desta forma, estaremos a caminhar para uma reconciliação que nunca houve entre a Paisagem da Cultura da Vinha e os seus obreiros, pois todo o processo conducente à sua classificação e inscrição foi feito, senão de costas voltadas, pelo menos sem serem feitas as devidas explicações, adaptações e concessões naturais num processo desta natureza.
O afastamento propositado em relação às estruturas de poder público permitiria, ainda outros benefícios: o Gabinete da Vinha, como é vulgarmente conhecido, passaria a ter uma acção muito mais condizente com aquela que é a sua vocação, libertando-se da imagem de instituição punitiva e castradora das vontades e anseios da população e trataria daquilo que realmente interessa ser tratado por um gabinete com esta natureza, ou seja, trataria do relacionamento do bem com as pessoas, com as instituições locais e regionais e com as instituições internacionais, na busca da sua promoção e divulgação, da sua aceitação local, e da melhor aceitação do produto que emerge desse bem, que é, nem mais nem menos do que o vinho.
Temos que admitir, de uma vez por todas que a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico não é uma espécie de reserva, seja ela de que espécie for, mas sim um lugar vivo, onde se pode tocar, onde se deve permitir a evolução e onde se pode viver.
Uma vez libertado o Gabinete da Vinha dessa imagem redutora e castradora, existirão condições para um melhor relacionamento com os diferentes parceiros, porque esses parceiros também farão parte da sua gestão, como principais interessados.
Assim sendo, a gestão da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico passa pela criação e uma estrutura exclusivamente dedicada para esse fim, sob a forma de uma associação, cooperativa ou outra qualquer forma que se ache mais conveniente e que englobe, como seus associados, os diferentes departamentos governamentais, as autarquias locais, as forças vivas da ilha do Pico e os verdadeiros obreiros daquele bem. Estes deverão ser, inclusivamente os garantes do financiamento de uma estrutura como esta que propomos.
É inconcebível que os diferentes produtores de vinhos não estejam representados na real gestão do seu território, que os viticultores não possam ter uma palavra a dizer e que, ainda hoje, embora sedeada no Pico, a gestão da PCVIP, continue a depender fortemente de valores exógenos.
Quais os parceiros fundamentais dessa proposta?