sexta-feira, junho 01, 2007

Espírito Santo

Três dias de festa dedicados ao Divino, três dias de partilha, de doação. As sopas do Espírito Santo, as rosquilhas, as vésperas e o pão foram os condimentos indispensáveis para que esse Espírito se manifestasse.
Nesta época do ano, os símbolos pagãos ganham contornos de espiritualidade e é-lhes permitida a entrada na Igreja. Até hoje ainda não se explicou esta contradição, o facto de só nestas ocasiões o "Espírito Santo" poder entrar na "Casa de Deus", que é a sua casa. Se calhar, o melhor é mesmo não explicar. Afinal, toda a religião, e a católica não é excepção, tem muito de paganismo. Só assim se pode explicar o facto de, o Espírito Santo ter "casa própria", a copeira ou o império. Império é, por si só, uma designação aliciante para se descobrir os múltiplos significados que ela poderá adquirir neste contexto.
O imperador: por um dia, o homem comum torna-se no imperador, distribuindo riquezas pelos menos afortunados, é coroado, na igreja, e segue, em procissão, com os símbolos da sua fé, rumo à festança. E é saudado: "À saúde do nosso imperador!"; "Lá vai, home, lá vai".
Esperemos que o império do Divino Espírito Santo, Senhor da Terra, do terreno, do pagão, permaneça e cresça.

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