Aproximam-se a passos largos as eleições legislativas nacionais e as autárquicas. Deseja-se maior participação cívica do que aquela que se viu nas europeias.
De quem foi a culpa do desastre político daquelas eleições? Dos políticos e da sua falta de credibilidade. Dos partidos e da sua falta de fidelidade doutrinal. Do sistema democrático e do corrompimento a que está permeável.
O que vai acontecer com as legislativas? Os políticos empenhar-se-ão, não por causas mas por cargos. Os partidos energizar-se-ão, não com convicções mas com espasmos sociais que mais não serão do que fugazes ares de interesse social. E a democracia, essa caminhará ao sabor das ondas de quem as consegue criar. Sim, porque as ondas criam-se!
E nas autárquicas? Os políticos continuarão na saga da sua mesquinhez, própria de mentes pequenas, de quem vê o seu umbigo, como a mais reluzente pedra preciosa que existe no mundo. Serão adorados pelo povo, que, subservientemente, aplaudirá os líderes das nossas terras, com um saco numa mão e uma vara na outra. Os partidos, em surdina, tentarão disputar o poder, à esquerda ou à direita, reclamando cores com as quais serão cobertas as ilhas. E a democracia, para onde? Para lugar nenhum, porque já não existe, se é que algma vez existiu!