É um dia daqueles que lava a alma das gentes; a natureza rejubila, a poeira assenta e os turistas desesperam pois esqueceram-se das cartas para jogar uma sueca no hotel.
O que pode um turista fazer no Pico em dia de chuva? Nada, dirão os responsáveis turísticos da ilha. Nada, dirão os taxistas.
Faz-me pena ouvir os comentários dos turistas, perdidos nas ruas da Madalena, sem qualquer rumo que os leve a ver aquilo que temos de bom, seja com sol, seja com chuva.
Ainda assim, aqueles que vêem alguma coisa são os que vêm com tudo organizado pelos operadores turísticos. Mas mesmo estes prestam um mau serviço ao Pico, pois muitas vezes não permitem que haja uma margem de manobra que os faça divergir do rumo traçado no Continente português, tão douto é o seu conhecimento da nossa realidade.
Por cá também pouco se ajuda. Há dias delirei com o artigo do Ilha Maior sobre os novos pontos de atracção turística do Pico. Se calhar não são tão novos como isso, daí que tenham o estatuto que têm.
Infelizmente o nosso turismo é muitas vezes condicionado pelos interesses pessoais de quem tem a responsabilidade de mostrar a quem nos visita o verdadeiro Pico.
O Pico não pode ser visto da janela do autocarro com paragens obrigatória nos postos de artesanato que agraciam os guias. O Pico não será apenas o queijo as rendas e os licores; o Pico é toda uma vivência que leva à criação desse artesanato.
O verdadeiro Pico está fora do roteiro turístico do Pico.
sexta-feira, junho 02, 2006
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