sexta-feira, dezembro 29, 2006

Nova Versão

Estou a experimentar a nova versão do blogger

quinta-feira, julho 13, 2006

Madalena vai à Festa

A Madalena está envolvida num mar de luzes. Todos esperam que o resultado final seja positivo. Dentro de dias chegam as festas com toda a azáfama própria daqueles que têm por responsabilidade contribuir para este evento.
Os contributos são a vários níveis e vão desde as cúpulas na Câmara Municipal, até aos que têm a seu cargo a limpeza dos espaços festivos.
As ruas ficarão descaracterizadas pelas tasca e barraquinhas que sofrerão os comentários do costume, pelo seu mau aspecto. Há anos que se fala na construção de estruturas próprias, que obedeçam a um padrão, para que não mais se use o plástico preto ou a policromia de várias lonas com vários motivos. As tascas acatarão os comentários, reconhecendo a sua legitimidade, a Câmara Municipal concordará prometendo, pelo quinto ano consecutivo que criará as estruturas. Tinha que se começar por alguma ponta. Começou-se pela electrificação, poupando-se, inegavelmente, as somas astronómicas que anualmente eram pagas à empresa responsável. Finalmente alguém deu crédito a reivindicações já antigas. Finalmente perdeu-se o medo de não investir na iluminação, porque as freguesias poderiam pedir estes materiais para as suas festas e, assim, estragá-los, o que, a acontecer, será sempre mais barato.
Para o próximo ano, a começar já após as festas proponho que se comece a pensar nas tascas, pois seria uma melhoria significativa a implementar e de certeza que Madalena sofreria, pelo menos temporariamente, uma operação de cosmética que a tornaria menos feia.

sexta-feira, junho 02, 2006

Chuva

É um dia daqueles que lava a alma das gentes; a natureza rejubila, a poeira assenta e os turistas desesperam pois esqueceram-se das cartas para jogar uma sueca no hotel.
O que pode um turista fazer no Pico em dia de chuva? Nada, dirão os responsáveis turísticos da ilha. Nada, dirão os taxistas.

Faz-me pena ouvir os comentários dos turistas, perdidos nas ruas da Madalena, sem qualquer rumo que os leve a ver aquilo que temos de bom, seja com sol, seja com chuva.

Ainda assim, aqueles que vêem alguma coisa são os que vêm com tudo organizado pelos operadores turísticos. Mas mesmo estes prestam um mau serviço ao Pico, pois muitas vezes não permitem que haja uma margem de manobra que os faça divergir do rumo traçado no Continente português, tão douto é o seu conhecimento da nossa realidade.

Por cá também pouco se ajuda. Há dias delirei com o artigo do Ilha Maior sobre os novos pontos de atracção turística do Pico. Se calhar não são tão novos como isso, daí que tenham o estatuto que têm.

Infelizmente o nosso turismo é muitas vezes condicionado pelos interesses pessoais de quem tem a responsabilidade de mostrar a quem nos visita o verdadeiro Pico.

O Pico não pode ser visto da janela do autocarro com paragens obrigatória nos postos de artesanato que agraciam os guias. O Pico não será apenas o queijo as rendas e os licores; o Pico é toda uma vivência que leva à criação desse artesanato.

O verdadeiro Pico está fora do roteiro turístico do Pico.

segunda-feira, maio 29, 2006

O Bolo de Milho

Quando era miúdo, embora lá em casa não se passassem as faltas que noutras se podiam observar, nem sempre a mesa era posta com pão de trigo. Ainda não se tinha adoptado a moda dos papos secos e era o pão com as extremidades mais altas que o centro que fazia as delícias de toda a gente.

Cansado de uma vida a pão de milho e bolo de milho, o meu avô não dispensava o seu quinhão de pão feito da fina farinha do trigo proveniente da padaria da Madalena.

Quanto àquilo que me diz respeito, não recusava comer o bolo de milho, embora achasse que se deveria comprar mais um pouco de pão de trigo para que ele não me faltasse.

Quando chegava da escola, agarrava-me por regra a metado de um pão de trigo, rachava-o pelo meio e recheava-o com coisas muito boas: queijo de São Jorge, manteiga que se vendia na altura embrulhada numa espécie de papel vegetal reforçado, bananas e, com um pouco de sorte, ainda se arranjava lugar para esmagar um chocolate. Grande boca para tanta altura! E que belo estômago que nunca se queixava de tamanhos atentados!

Mas falemos do bolo de milho.

Ninguém dava um escudo por um bolo de milho há alguns anos atrás, pois ele era o pão dos pobres, sinal de que não havia dinheiro suficiente para se comprar o tão apetecido pão de trigo.
Actualmente, contudo, assistimos ao inverso. Raro é o dia que não compramos bolo de milho ou pão de duas farinhas (pão de milho), numa ânsia incontida de matar saudades de tempos idos, recordando, afinal, coisas boas e saudáveis que o passado nos dava.

Depressa, também, a tradição tornou-se negócio e eis-nos na época do "ready-made" e a procura do bolo de milho dá-se nos modernos centros de culto dos nossos tempos que são os hipers. Aí não faltam bolos de milho tradicionais para todos os gostos, sempre com o mesmo feitio e com alguma variação de preços que, no entanto, não invalida aquilo que passo a referir:

O último bolo de milho que comprei ficou-me um pouco atravessado no "portal dos côcos", não pelo mau sabor, não pelo facto de estar mal cozido, mas porque vistas bem as coisas, por um punhado de farinha escaldado com água e sal à mistura tive que pagar qualquer coisa como € 1,49! Na moeda antiga 150$. O aumento foi grande no último ano, se calhar a madeira usada na cozedura acompanhou os preços do barril de petróleo! Poderá ser uma explicação! Há um ano, compraria o mesmo bolo por € 1,00 ou € 0,95!

Compreende-se que o preço do bolo de milho não pode ser correspondente à matéria prima utilizada na sua confecção, mas também acho que se está a exagerar no preço que se está a praticar actualmente.

No entanto, trata-se da lei da oferta e da procura e a verdade é que todo o bolo de milho que chega às prateleiras dos hípers e supermercados continua a ser vendido. Outra razão não poderá existir para que se continuem a praticar tais preços.

PS. Daqui a pouco vou ao híper comprar pão e acho que mesmo assim vou comprar um bolinho. Mas pra que raio é que eu fui escrever este artigo!? Se calhar deveria propor o boicote à compra de bolo de milho, mas não me apetece!