Como parceiros do poder regional, deverão estar presentes a Direcção Regional do Ambiente, a Direcção Regional da Cultura a Direcção Regional do Desenvolvimento Agrário e a Direcção Regional do Turismo.
A nível de ilha, e ainda com ligação a estruturas do Governo Regional, não podemos abdicar da presença da Comissão Vitivinícola Regional.
Como parceiros do poder local, deverão estar representadas a Câmara Municipal da Madalena e a Câmara Municipal de São Roque. Eventualmente, pela sua preponderância, deverá estar representada a Junta de Freguesia da Criação Velha, como forma de se evidenciar, merecidamente, o valor imprescindível que as vinhas da Criação Velha têm na classificação internacional do bem.
Não nos ficamos por aqui, em termos de representatividade; temos que chegar às pessoas e aqui deverão sentir-se representados os comerciantes, por intermédio da ACIP, os produtores de vinho quer da Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico, como maior produtor e com cariz associativo, quer todos os outros, pequenos e médios produtores. Deverão ainda sentir-se respeitados e representados, todos os proprietários dos terrenos que não produzem vinhos, mas que têm o mesmo direito de opinar sobre aquilo que é seu, porque é deles e do seu trabalho que se está a falar.
Só assim, com a representação de todos os sectores e interessados, poderemos almejar a deixar de viver e conviver com uma paisagem que tem constantemente a cabeça a prémio, fruto da forma penosa como o território está estruturado.
Mais uma vez, reforçamos a ideia de que não é nossa intenção hostilizar ninguém com esta longa reflexão, mas sim, chamar à razão todos aqueles que têm nas suas mãos a capacidade de inverter um rumo que todos sabermos não ser o correcto. Está na hora de o assumir e encará-lo frontalmente e sem rodeios. A Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico encontra-se numa encruzilhada perigosa e arrisca-se inclusivamente a perder o seu estatuto caso a UNESCO decida vir ao terreno verificar a forma como estamos a tratar o bem. Há mais investimento a ser feito, há património em estado de ruína e outro que, ainda não sendo considerado ruína, para lá caminha a passos largos. E todas as vontades são poucas para inverter este ciclo pernicioso que se está a criar.
Passadas as euforias, exageros e maledicências, infelizmente próprias do período eleitoral, é hora de unirmos esforços em torno daquilo que é nosso, daquilo que pode, de uma forma sustentada, ser o garante de um futuro de qualidade, porque, atrás da Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico, poderá vir a riqueza da nossa ilha e a sua requalificação.
O segredo de uma Paisagem viva e dinâmica passa pela sua gestão, que não pode ser feita de costas voltadas para as pessoas, mas com as pessoas.
Pretendemos continuar a analisar a Paisagem da Cultura da Vinha, mas sobre outras perspectivas. Neste momento, decidimos fazê-lo apenas sob o ponto de vista da sua gestão. Mas há muitos mais aspectos que devem merecer a nossa atenção.
O desejo é que esta nossa reflexão possa servir de alerta e de ponto de partida para a reflexão mais abrangente que todos precisamos de fazer, face a esta realidade que é a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico.
quarta-feira, novembro 04, 2009
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