A sociedade está organizada de forma a depender do governo; quem assim não pensa condena-se e aos que estão à sua volta. Contudo, o homem sempre tentou encontrar sistemas organizacionais que lhe permitissem resolver questões socias de uma forma partilhada com o poder político, pois este não consegue dar resposta a todas as solicitações que a sociedade, que prometeram defender e desenvolver, lhes faz.
É aqui que surgem as organizações não governamentais, abreviadamente denominadas de ONGs. Entre Casas do Povo, Associações, Cooperativas, Círculos de Amigos, Irmandades, Associações de Defesa do Ambiente, etc., são múltiplas as formas de associativismo que existem no nosso país, a maioria delas sem fins lucrativos. São elas que substituem o governo quando este não pode o não tem vocação para desempenhar determinados papéis.
Assistimos, no entanto, a alguns paradoxos na acção governativa e na forma como estes governantes olham para estes grupos organizados.
Se por um lado, reconhecem a sua importância, por outro, desconfiam. Desconfiam a sua real valia, desconfiam das suas intenções, desconfiam que possam buscar lucro, desconfiam que possam usar as suas conquistas com fins de ascenção política, enfim, desconfiam, e pronto!
Ao olhar para a Criação Velha, freguesia a que pertenço, vejo dois movimentos associativos extremamente dinâmicos: a Casa do Povo e a Associação de Jovens Nova Criação.
Ninguém concebe, hoje em dia, o concelho da Madalena, sem os serviços prestados pela Casa do Povo da Criação Velha, no entanto, a degradação das instalações e a falta de equipamentos deveria preocupar quem tem a responsablidade pelo apoio social e comunitário. Mas, se calhar, desconfiam...
No caso da Associação de Jovens Nova Criação, temos um grupo de jovens que luta pelos seus objectivos e que agora está a dar um passo de gigante, dada a sua dimensão: a aquisição de um imóvel para sede e para o desenvolvimento das suas múltiplas actividades. Esperam ser apoiados pelo governo nesta sua ambição. Por outro lado, com e sem apoio do governo, têm mantido o Moinho do Frade aberto ao público, local onde não se cobram entradas e que deveria merecer uma contrapartida financeira por parte de quem tutela aquela estrutura, mas, ao que parece, desconfiam...
Quem tem medo das ONGs? Porquê? Há joio? Separem-no, é fácil.
sábado, abril 25, 2009
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1 comentário:
Não podia concordar mais. Por um lado a permissão do associativismo é total... por outro as mãos que tanto querem fazer...vêem-se desapoiadas e não reconhecidas!
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