O Plano de Ordenamento Turístico da Região Autónoma dos Açores é das maiores aberrações legislativas que já se fizeram nos Açores. Pode mesmo ser considerado autista, pois limita de uma forma assustadora a capacidade das ilhas de se afirmarem no contexto turístico da região, não promovendo harmonicamente o que de melhor existe.
Falemos do caso concreto do Pico. A polémica estala de imediato. Como é que numa ilha, considerada o paraíso ambiental dos Açores, com 33% da área protegida do arquipélago, se limita o produto turístico orientador à baleia?
Só não conhecendo a realidade da ilha é que se pode teimar nesta perspectiva. Já estamos acostumados a que quem nos vê de fora não nos compreenda, mas o que não se compreende é que os de cá nunca consigam fazer valer a sua voz. Nem os órgãos de comunicação social exploram esta temática.
Como é que se pode afirmar que a zona turística por excelência da ilha do Pico está compreendida entre a Silveira e São João?
Está tudo mal no caso do Pico! O Pico só é baleia por acaso. e ninguém fala disso.
O Pico é a ilha mais ambiental dos Açores. É o ícone regional dessa valência. Então, onde pára a montanha, o vulcanismo e a geologia da ilha neste plano.
O Pico tem uma área significativa inscrita na lista dos bens do Património Mundial, a Paisagem Cultural da Vinha do Pico. Onde é que ela figura no POTRAA? Qual a sua importância na estrutura turística que se pretende desenvolver no Pico?
Por fim, como é possível o Governo fazer orelhas moucas ao conselho de ilha? O documento foi chumbado por este órgão por unanimidade! Será que isto não vale nada? Então para quê massacrar as pessoas dizendo-lhes para participarem?
Depois admiram-se das abstenções e dos votos em branco que cada vez mais se assumem como a grande maioria nos Açores?!
sexta-feira, junho 20, 2008
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