No último número do Ilha Maior, jornal ao qual tive orgulho de pertencer, vem a Última Coluna , da responsabilidade do seu director pôr em causa a gestão da Paisagem Protegida da Vinha do Pico e da sua classificação como Património Mundial, face ao que, segundo o articulista, não é feito nessa mesma paisagem.
É claro que ninguém, inclusivamente eu, está satisfeito com o andamento da coisa, pois se calhar muito mais já deveria estar feito. Vá lá que o moinho é coisa que se veja, mas há muito trabalho que se vê e outro que não se vê e que também é digno de registo.
A Secretaria Regional do Ambiente e do Mar mantém há dois anos um acordo de colaboração com a Junta de Freguesia da Criação Velha, no sentido de introduzir melhorias naquele núcleo. Basta um olhar atento, mesmo sem óculos, para verificar as diferenças positivas nos caminhos e canadas. E um trilho que faltará promover turisticamente.
É pena que o articulista não tenha visto, na semana em que publicou este artigo de opinião, uma equipa de topógrafos a fazer levantamentos para as futuras obras de protecção à orla costeira e asfaltamento da estrada, com a manutenção de uma via pedonal em bagacina - ideia do gabinete técnico a que tenho a honra de presidir e não de outras pessoas ou entidades- arranjos junto à piscina e protecção da mesma, para além do levantamento junto ao moinho, onde pretendemos instalar casas de banho e pequena sala de exposição e de vendas, tudo integrado na eira, sem qualquer visibilidade para o exterior.
Sabe o articulista tão bem como eu que aquela paisagem não está votada ao abandono nem foi vetada pelos seus responsáveis, mas sabe, concerteza, o articulista que é quem define a política editorial daquele jornal, que este também não tem sido assunto que mereça relevo naquele órgão de comunicação social. As prioridades editoriais vão para treinadores de futebol, jogadores de futebol, treinadores de hóquei, jogadores de hóquei, dirigentes de clubes navais, professores que cessam funções em Conselhos Executivos (coisa que não lembra ao diabo), professores que iniciam as sua funções lectivas (coisa que não lembra a ninguém), etc. Nunca, pelo menos desde 2005, aquele jornal se nos dirigiu para saber o mínimo que seja relativamente a esta Paisagem Protegida.
Sabe também aquele articulista que não se podem impor aos particulares a compra de imóveis: a Casa dos Lima dificilmente será comprada, o alambique tem dono e vai ser recuperado com o apoio do governo e o armazém em ruínas não parece vir a ter resolução tão cedo, mas não por falta de empenho da nossa parte.
Queremos mais e melhor e queremos o empenho positivo de jornais e jornalistas e queremos os jornalistas a pesquisar o que se passa sem que as notícias tenham que lhes ser entregues, que é assim que se processa.
A pressa nem sempre é boa conselheira. O passo certo é bem melhor e creiam que, em breve, haverá novidades relativamente ao Lajido da Criação Velha, coração da Paisagem da Cultura da Vinha, Património Mundial.
segunda-feira, setembro 17, 2007
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